Um dos proprietários da gigante brasileira de frigoríficos JBS se reuniu em particular com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cerca de três semanas antes de Trump estender um surpreendente ramo de oliveira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso na ONU na terça-feira, disseram à Reuters três pessoas com conhecimento do encontro.Essa reunião ajudou a pavimentar o caminho para que Trump adotasse um tom mais favorável a Lula na Assembleia-Geral das Nações Unidas, disseram duas das fontes.Na terça-feira, Trump elogiou o presidente brasileiro, apesar de meses de discussões entre os dois líderes sobre o que a Casa Branca chamou de “caça às bruxas” no Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado de Trump.“Tivemos uma boa conversa e concordamos em nos encontrar na próxima semana”, disse Trump. “Pelo menos por cerca de 39 segundos, tivemos uma química excelente”, acrescentou.Em julho, a Casa Branca anunciou tarifas de 50% sobre a maioria das importações brasileiras, incluindo carne, o que pode abalar a cadeia de suprimentos de empresas de alimentos, incluindo a JBS e sua subsidiária Pilgrim’s Pride.Foi nas semanas seguintes que o coproprietário da JBS, Joesley Batista, conseguiu marcar uma reunião com Trump, noticiada pela primeira vez pelo jornal Folha de S.Paulo.A JBS se recusou a comentar e a Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.De acordo com uma das pessoas com conhecimento da conversa, Batista disse a Trump que as tarifas que ele havia imposto aos produtos brasileiros estavam tornando a carne bovina muito cara para os norte-americanos.As tarifas foram citadas pela Casa Branca como retaliação contra o que Trump acreditava ser uma perseguição injusta a Bolsonaro, que este mês foi condenado por tentativa de golpe de Estado para permanecer no poder depois de perder a eleição de 2022.OUTRAS REUNIÕESA JBS tornou-se uma empresa listada nos Estados Unidos em junho, a mudança aumentou a exposição da empresa à política da Casa Branca.A Pilgrim’s Pride, sua subsidiária produtora de aves, fez uma doação de US$5 milhões para o Comitê Inaugural Trump-Vance, dizendo que tinha uma “longa história bipartidária de participação no processo cívico”.Joesley e seu irmão Wesley Batista também foram vistos várias vezes com Lula em eventos públicos. Empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a JBS durante a administração anterior de Lula ajudaram a empresa a se tornar o maior frigorífico do mundo.Mais tarde, os Batistas admitiram ter dado propina para 1.800 políticos como parte de uma ampla investigação anticorrupção.A JBS afirma que as reuniões com funcionários públicos estão de acordo com seu código de conduta.Outros líderes empresariais do Brasil têm se reunido com autoridades do governo Trump nas últimas semanas para fazer lobby por tarifas mais baixas.O presidente-executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, disse à Reuters no início do mês que estava tentando marcar reuniões para discutir as tarifas sobre os produtos da fabricante de aviões.A empresa obteve uma vitória quando a Casa Branca excluiu as peças de avião das tarifas de 50% impostas à maioria dos produtos brasileiros. Mas as tarifas de 10% ainda se aplicam aos produtos da Embraer.Nem o Brasil nem as autoridades norte-americanas compartilharam mais detalhes sobre um possível encontro entre Trump e Lula na próxima semana.Mas Lula disse a repórteres em Nova York na quarta-feira que estava disposto a se reunir pessoalmente com Trump e que eles colocariam “tudo na mesa”.“O que antes parecia impossível deixou de ser impossível e de fato aconteceu”, disse Lula.The post Mudança de opinião de Trump sobre Lula pode ser graças a Joesley Batista, da JBS appeared first on InfoMoney.