Uma das principais obras rodoviárias em execução no país, a nova Serra das Araras está com o cronograma adiantado e deve ser entregue um ano antes do prazo contratual, segundo a concessionária responsável pela Via Dutra (ligação entre o Rio de Janeiro e São Paulo).O projeto — orçado em R$ 1,5 bilhão — contempla duas novas pistas (com quatro faixas para cada sentido) no trecho considerado mais crítico da rodovia que conecta as duas maiores cidades do Brasil.O presidente da Motiva Rodovias, Eduardo Camargo, afirmou à CNN que o calendário de entrega pode ser antecipado para março de 2027. Leia Mais Trabalhadores da Toyota no Brasil aprovam programa de layoff, diz sindicato Leilão contrata soluções de energia solar, diesel e baterias para AM e PA Análise: Brasil cobra dos EUA metade da tarifa permitida pela OMC Hoje, um ano e cinco meses depois do início, a obra tem 46% de execução física. Pelo contrato, a nova pista de subida da serra está prevista para março de 2028. A descida tem prazo de conclusão em março de 2029.A concessionária RioSP, controlada pela Motiva (ex-CCR), é a operadora da Via Dutra. O grupo já administrava a rodovia e ganhou o leilão, realizado em 2021, para continuar mais 30 anos à frente dela.A nova Serra das Araras é a principal obra na nova concessão da Dutra. O traçado deve permitir que veículos trafeguem com velocidade maior, com uma economia de 25% do tempo no percurso de subida (sentido São Paulo) e de 50% na descida (sentido Rio).O projeto abrange 24 novos viadutos, com extensão total de 4.503 metros. Um foi entregue em maio deste ano. Outros oito estão em fase de conclusão.Mostraremos leque de oportunidades de R$ 160 bi, diz CEO da Motiva | Money NewsFator ADe acordo com o presidente da Motiva Rodovias, a empresa buscará a aplicação de um benefício tarifário junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) pela entrega antecipada da nova Serra das Araras.Os contratos de concessão de rodovias dispõem de mecanismos para “punir” atrasos ou “premiar” adiantamentos de obras por meio das tarifas de pedágio.O Fator D, mais antigo nos contratos, é um redutor da tarifa básica da concessão. Ele é usado para a aplicação do desconto de reequilíbrio relativo ao não atendimento aos prazos de entregas pactuados.O Fator A, adotado nos contratos mais recentes, é uma ferramenta regulatória que reconhece quando uma concessionária entrega obras relevantes antes do prazo e permite um ganho na tarifa básica como forma de compensação pelo investimento antecipado.A concessionária RioSP deve pleitear a aplicação do Fator A. Se aprovado o pedido, a aplicação perdura até o fim do contrato.O diretor-geral da ANTT, Guilherme Sampaio, disse à CNN que o adiantamento da obra é “bem-vindo” e traz impactos “muito positivos” para o usuário.Ele ponderou que o novo contrato de concessão da Via Dutra foi um dos últimos sem o mecanismo do Fator A.Por isso, segundo Sampaio, seria preciso assinar um aditivo contratual com a concessionária RioSP para incluir o dispositivo e permitir o benefício tarifário.Ele demonstrou-se favorável à negociação porque a nova Serra das Araras, acrescentou, vai gerar mais segurança e fluidez no tráfego entre as duas maiores cidades do país.Saiba como fazer pagamentos com o Pix por aproximação