Tecnologia não substituirá papel do professor, destaca especialista

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Em meio ao debate sobre o uso de ferramentas digitais no ambiente escolar, o gerente de Políticas Educacionais da ONG Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, destaca que a tecnologia não substituirá a figura do professor ou a importância da interação presencial em sala de aula.  O especialista destaca que a pandemia da Covid-19 serviu como um alerta quanto ao caos gerado pelo fechamento das escolas e a necessidade do contato humano no processo de aprendizagem.  A tecnologia, em sua opinião, é vista como um facilitador pedagógico. “Uma metáfora recorrente compara a tecnologia a um “tênis de corrida”: é possível completar uma maratona com um tênis básico, mas um modelo mais tecnológico e adequado permite correr mais rápido e com melhor desempenho. Da mesma forma, a tecnologia pode ser um catalisador que potencializa a interação entre estudantes e professores”, reflete Gontijo.   Leia Mais Fuvest faz simulado presencial da 1ª fase do vestibular em 19 de outubro UFMG concede título de Doutora Honoris Causa à escritora Conceição Evaristo Alunos de escolas públicas têm aprendizagem afetada por falta de estrutura Em sua visão, a agenda de tecnologia na educação ganhou força após a pandemia, quando expôs a falta de conectividade e os desafios enfrentados para garantir a continuidade do ensino.  Nesse contexto, a evolução da educação digital no Brasil depende de um avanço em três frentes principais, segundo o especialista: Conectividade: O primeiro e indispensável passo. Embora os indicadores de escolas conectadas tenham melhorado, o país ainda está longe de atingir 100% das instituições com internet de qualidade para uso pedagógico. O governo federal tem um compromisso de conectar todas as escolas com banda larga até o final de 2026, com investimentos significativos para ampliar o acesso.Dispositivos: A mera conectividade não garante o uso efetivo da tecnologia. É preciso que as escolas e os professores tenham acesso a dispositivos adequados para integrar as ferramentas digitais ao ensino.  Competências Digitais: Por fim, a garantia de que os professores possuam as competências digitais necessárias para trabalhar com a tecnologia de forma adequada e inovadora. Esse é um elemento crucial, pois a capacitação docente é o que de fato transforma a tecnologia em uma ferramenta eficaz para o aprendizado. A implementação conjunta desses três pilares é fundamental para preparar os estudantes para um futuro onde a tecnologia e a inteligência artificial estarão cada vez mais presentes em suas carreiras e vidas. O porta-voz do Todos Pela Educação reconhece haver um esforço maior dos estados e municípios no cumprimento dessas demandas estruturais. Reflete, no entanto, que embora os indicadores tenham aumentado ao longo da série histórica, ainda estão muito distantes de chegar a uma cobertura integral de internet de qualidade para uso pedagógico. “A tecnologia é uma questão essencial, porque os estudantes, quando se formam, vão trabalhar em mundo imerso na tecnologia, vão usar a inteligência artificial nos seus trabalhos e até em atividades simples que envolvem esses mecanismos.”Brasil tem mais de 10 milhões de matriculados no ensino superior