Stablecoin de real depende de tecnologia e confiança para ganhar espaço no mercado, dizem especialistas

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A criação de uma stablecoin atrelada ao real deixou de ser apenas um futuro distante e já é realidade, sendo uma das peças-chave para a digitalização da economia brasileira. Mais do que aprovar leis para o segmento, o desafio está em garantir que o ativo consiga operar com liquidez, segurança e credibilidade, fatores que determinam sua aceitação tanto entre investidores quanto no sistema financeiro tradicional.Um dos principais pontos destacados no DAC 2025 foi a necessidade de transformar o conceito em execução prática. Para Jorge Borges, head de Latam da Fireblocks, não basta emitir tokens se eles não estiverem amparados por infraestrutura sólida. Ele lembrou que o sucesso global das stablecoins decorre justamente da possibilidade de uso como meio de pagamento, colateral e instrumento de liquidez em tempo real. “A liquidação 24/7 é um dos diferenciais que mais atraem instituições. Mas, sem custódia segura e integração com os sistemas existentes, a confiança desaparece”, afirmou.Já Thomaz Teixeira, CEO da BRL1, defendeu que o real digitalizado precisa nascer dentro de um ecossistema robusto, com participação de market makers, auditorias independentes e parcerias bancárias. Para ele, só assim será possível garantir resgate, emissão e circulação sem ruídos. “Se houver falhas na operação, o investidor simplesmente migra para outras alternativas. A experiência tem que ser tão simples quanto usar o sistema financeiro tradicional”, disse.Leia também: Stablecoins de real já movimentam bilhões e mercado tem disputa acirrada de quatro projetosDo lado regulatório, Mardilson Queiroz, chefe de regulação do Banco Central, reforçou que a clareza jurídica será fundamental para dar segurança ao mercado, mas destacou que a questão vai além da lei. Segundo ele, ainda é preciso definir como esses ativos entram nos balanços de bancos e empresas, e de que forma podem ser usados como colateral em operações mais complexas. “Essas decisões são essenciais para transformar a stablecoin em real em um instrumento de confiança pública”, afirmou.Inovação sob vigilânciaQueiroz também ressaltou a postura do Banco Central de manter um equilíbrio delicado: estar “longe o suficiente” para permitir que a inovação floresça, mas “perto o suficiente” para intervir quando necessário. Ele lembrou que o regulador não tem competência para tudo, mas que dentro de sua alçada o objetivo é criar segurança para investidores e consumidores, sem travar os avanços do mercado. Essa visão reforça que o BC vê o desenvolvimento de stablecoins como parte natural da evolução iniciada desde a reforma do sistema de pagamentos, ainda nos anos 2000.Borges, por sua vez, chamou atenção para o papel da América Latina nesse processo. Segundo ele, a região tem mostrado mais alinhamento entre reguladores e empresas do que mercados considerados mais maduros, o que cria espaço para que países como o Brasil se tornem referência em inovação financeira. “Muitos players globais enxergam aqui um terreno fértil para expandir casos de uso e escalar projetos”, disse.Leia também: Regulação vai impulsionar uso de stablecoins no Brasil, dizem especialistas no DACTeixeira acrescentou que, embora o Brasil tenha peculiaridades como o sucesso do Pix, o interesse por uma stablecoin em real cresce justamente pela possibilidade de conectar investidores locais ao ecossistema global de ativos digitais. Para ele, não se trata mais de especulação, mas de atender a uma demanda já presente no mercado.Por fim, Queiroz resumiu a urgência do momento: a digitalização da economia avança rapidamente e só terá efeito pleno se reguladores e setor privado caminharem juntos. A tarefa agora é criar uma stablecoin em real que funcione no mundo real, conectando mercados, garantindo liquidez e transmitindo a confiança necessária para que investidores e empresas apostem nesse novo modelo.No MB, a sua indicação vale Bitcoin para você e seus amigos. Para cada amigo que abrir uma conta e investir, vocês ganham recompensas exclusivas. Saiba mais!O post Stablecoin de real depende de tecnologia e confiança para ganhar espaço no mercado, dizem especialistas apareceu primeiro em Portal do Bitcoin.