Mercado Livre, Amazon e mais: E-commerce no Brasil tem margens pressionadas por concorrência

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O BTG Pactual vê as margens do e-commerce no Brasil pressionadas, em uma nova fase do setor marcada pela intensificação da concorrência e pressões sobre a rentabilidade, após um ciclo recente de foco em monetização.A equipe de analistas do banco, liderada por Luiz Guanais, pondera que plataformas como Shopee, Amazon, TikTok Shop e agregadores como iFood e Rappi estão ampliando investimentos em logística, subsídios e aquisição de clientes, o que tem forçado ajustes nas estratégias de nomes tradicionais.O banco pondera que taxa de comissão média (take rate) tem aumentado. Em casos como o Shopee, que entrou no Brasil com comissões de 5–7%, hoje opera com 14–20% em 2025. Já o Mercado Livre subiu sua taxa de 14% para até 19%, com descontos agressivos em frete, especialmente em tickets baixos, enquanto a Amazon tem cortado comissões em diversas categorias, buscando melhorar a rentabilidade unitária de itens de menor valor.LEIA TAMBÉM: Quer saber onde investir com mais segurança? Confira as recomendações exclusivas do BTG Pactual liberadas como cortesia do Money TimesEm um cenário de forte competitividade, o banco destaca que o TikTok Shop emerge como competidor relevante, com comissões reduzidas e forte alavancagem via sua plataforma de mídia.“Estima-se que já movimente cerca de US$ 1 milhão por dia no Brasil. O crescimento dos agregadores também contribui para a fragmentação do setor, especialmente em categorias de alta frequência e baixo ticket”, pontuam os analistas.O banco destaca o movimento do Mercado Livre como exemplo, que reduziu o valor mínimo para frete grátis de R$ 79 para R$ 19, o que pode impactar negativamente seus lucros em cerca de 10% no ano, mas visa reforçar fidelidade no longo prazo.“Para o futuro, a expectativa é de crescimento médio de 16% ao ano até 2027, com penetração crescente em categorias como higiene, vestuário e medicamentos. Em paralelo, a consolidação de mercado deve se acelerar, favorecendo players mais capitalizados e capazes de sustentar os altos investimentos em aquisição e logística”, diz o BTG.