Haddad: Brasil está com déficit crônico nas contas públicas desde 2014

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil está com um déficit crônico nas contas públicas desde 2014 e que a ideia superficial de tirar as travas dos gastos e tudo vai melhorar não funciona. “Tudo depende da circunstância em que você está lidando”, afirmou durante entrevista ao podcast 3 irmãos.Haddad falou ainda sobre a escala 6×1 e disse que as pessoas estão vivendo mais, mas que as pessoas precisam viver melhor. “Tudo me leva a crer que um equilíbrio entre essas coisas, vai exigir que a gente trabalhe mais tempo ao longo da vida, mas menos dias por semana, para usufruir melhor da vida”, explicou o ministro. Leia Mais Tarifas dos EUA ameaçam US$ 3,1 bi em exportações de Cingapura TCU aponta ineficiências na maioria dos benefícios fiscais Aos 81 anos, presidente da Oracle atinge auge de influência e poder “O trabalho não pode consumir as pessoas como consome hoje”, disse, lembrando que colocou um Projeto de Lei no Congresso, pela primeira vez, “que cobra do andar de cima para liberar dinheiro para o andar de baixo”. “Até R$ 5 mil não paga Imposto de Renda, os 140 mil mais ricos que não pagam nada, vão passar a pagar 10%. Para algumas pessoas, isso vai significar um 14º salário”, afirmou.Terras rarasO ministro avaliou que ativos naturais brasileiros, como os minerais críticos e terras raras, podem ser “bases de parcerias” com o capital estrangeiro. Ele também reforçou a defesa do atual governo no sentido de desenvolvimento da cadeia industrial desses setores no Brasil.A pasta de Minas e Energia, por exemplo, tem batido na tecla de que a simples extração e exportação de minerais não é o objetivo central da política que está sendo elaborada. A perspectiva é atrair “investimentos sustentáveis”, para o desenvolvimento do setor mineral.Como a Broadcast mostrou em julho deste ano, há a proposta de “debêntures para Transformação Mineral”. Pelo desenho, serão elegíveis para a emissão de debêntures, com benefícios fiscais, os projetos de transformação mineral que resultem na produção de substâncias como carbonato de lítio, sulfato de cobalto ou folha de cobre, por exemplo. Outras propostas estão em estudo.Em outra frente, o governo lançou recentemente o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center no Brasil, o Redata. Haddad lembrou que mais de 60% dos dados brasileiros estão sendo processados fora do país. “Acho importante processarmos os nossos dados aqui”, declarou.Análise: PIB mais forte segura BC na redução dos juros | Fechamento de MercadoInflaçãoHaddad explicou que o modelo de meta contínua para a inflação ainda está para ser assimilado. “Quem fixou essa meta foi o governo anterior e nós optamos por fazer uma mudança que ainda está por ser assimilada, que é a chamada meta contínua”, afirmou o ministro durante entrevista ao podcast 3 irmãos.O ministro explicou ainda que esse modelo faz com que não tenha a meta de ano calendário. “Não estou dizendo que em 2025 a meta precisa ser 3%, não estou dizendo que em 2026 precisa ser 3%. Eu estou dizendo que o Banco Central precisa de uma meta e precisa alcançá-la sem ter um ano calendário como amarra”, afirmou.Ele falou ainda sobre o Drex, a moeda digital brasileira, e relembrou que não há controle sobre a moeda, mas sim transparência. “Falar em transparência no Brasil todo mundo associa a controle. Dá para fazer controle, mas não é para isso que serve o Drex”, afirmou, dizendo que o BC teve que estancar sua agenda de inovação para conter os ataques hackers ao Pix.Veja os 5 sinais de que as contas públicas do Brasil estão em risco