Inflação em queda? Focus reduz projeções para IPCA, mas cenário ainda preocupaO Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (29) reduziu as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 e 2026. A mediana das estimativas caiu de 4,83% para 4,81% neste ano e de 4,29% para 4,28% no próximo.Apesar da revisão para baixo, a inflação segue acima do teto da meta da inflação, atualmente fixada em 4,5%. O relatório também mostrou estabilidade na projeção para a taxa Selic, além de leve recuo nas expectativas para o dólar ao fim deste ano.Para o PIB, as projeções continuam indicando crescimento moderado em 2025 e desaceleração nos próximos anos. Inflação segue acima da metaDe acordo com o relatório, a projeção para o IPCA em 2027 permaneceu em 3,90% e para 2028 em 3,70%. Já as estimativas para preços administrados dentro do IPCA subiram de 4,75% para 4,77% em 2025. Para os anos seguintes, variaram entre 3,97% e 4,00%.“A necessária queda adicional da inflação rumo à meta tende a ser mais difícil, dada a desaceleração apenas gradual da economia e o mercado de trabalho ainda aquecido”, destacou a XP. O relatório divulgado pela casa ressalta ainda que, mesmo com as revisões, o IPCA continua distante do centro da meta.O IGP-M, outro índice de preços, também passou por ajustes. Para 2025, a projeção caiu de 1,09% para 1,02%, enquanto para 2026 subiu de 4,18% para 4,20%.Projeções do Boletim Focus para PIB, Selic e câmbioA mediana das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 2,16% em 2025. Para os anos seguintes, a expectativa é de 1,80% em 2026, 1,90% em 2027 e 2,0% em 2028.No caso da Selic, a projeção se manteve em 15% para 2025, pela 14ª semana consecutiva. Para 2026, a expectativa é de queda para 12,25%, seguida de 10,50% em 2027 e 10% em 2028.O câmbio também registrou recuo nas projeções. Para 2025, a estimativa caiu de R$ 5,50 para R$ 5,48. Para 2026, a projeção passou de R$ 5,60 para R$ 5,58. Já para 2027 e 2028, as expectativas ficaram em R$ 5,65 e R$ 5,56, respectivamente.“Esses dados sinalizam um inflação em trajetória de ajuste, crescimento estável e câmbio menos pressionado, mas com juros ainda em patamar que limita a atividade econômica e impõe desafios para empresas e consumidores. O cenário continua exigindo cautela no presente, mas abre espaço para condições mais favoráveis a partir de 2026”, destaca Volnei Eyng, CEO da Multiplike, sobre o Boletim Focus desta segunda-feira.