O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou, nesse sábado (27/9), que Israel enviou ao país um sistema antiaéreo Patriot, um tipo de armamento de fabricação norte-americana muito caro e essencial para repelir os ataques de mísseis russos. O anúncio ocorre no momento em que cresce a demanda pela criação de um “muro antidrones” por parte de países do Leste Europeu, que vêm tendo seus espaços aéreos violados.“Um sistema israelense [Patriot] está funcionando na Ucrânia há um mês”, declarou Zelensky em uma coletiva de imprensa, sem dizer se Kiev pagou por ele ou se foi uma doação. Leia também Mundo Rússia nega ataque com drones à Europa e adverte Otan sobre retaliação Mundo UE quer muro antidrones para se defender da Rússia Mundo Sobrevoo de drones faz Dinamarca suspeitar de ação da Rússia Mundo Dinamarca volta a fechar aeroporto por invasão de drones Além disso, Zelensky disse que a Ucrânia entregou a Trump detalhes sobre as armas que deseja receber no âmbito de um plano para comprar 90 bilhões de dólares (R$ 480 bilhões) em armamento de Washington, sobre o qual já havia se referido em agosto.Em abril, o jornal The New York Times, citando fontes oficiais americanas, afirmou que Israel planejava devolver um de seus sistemas Patriot, que então seria enviado à Ucrânia, porque o Exército israelense queria se equipar com material mais moderno.Quando a Rússia iniciou sua invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, Israel adotou uma posição neutra e não sancionou Moscou, ao contrário de outros países.Mas seus laços com Moscou se degradaram diante do fortalecimento da aliança entre Rússia e Irã, acusado de fornecer drones de ataque ao Kremlin, e também devido à guerra que Israel trava na Faixa de Gaza, que as autoridades russas condenaram.Defesa antiaérea conjuntaRecentemente, Zelensky também pediu a construção de uma defesa antiaérea conjunta com alguns países vizinhos da Ucrânia para derrubar drones russos.Essa é uma demanda antiga da Ucrânia, que voltou à tona nas últimas semanas com o sobrevoo de drones de origem desconhecida no espaço aéreo da Dinamarca e da Polônia, além da interceptação de caças russos na Estônia.Diante deste cenário, o comissário europeu da Defesa, Andrius Kubilius, indicou na sexta-feira que a criação de um “muro antidrones” é uma prioridade.“Precisamos agir rapidamente (…) E precisamos aprender todas as lições da Ucrânia e construir esse muro antidrones”, disse Kubilius, em entrevista à AFP.Essas violações do espaço aéreo de países da União Europeia, fortemente condenadas pelos ocidentais, ocorrem no momento em que a Rússia intensifica seus ataques aéreos na Ucrânia.Leia mais em RFI, parceira do Metrópoles.