Grupo Flow: do auge à queda – e à reconstrução; ‘nosso faturamento caiu em 97%’

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O empreendedorismo digital brasileiro ganhou novos contornos nos últimos anos, e uma das histórias mais emblemáticas dessa transformação é a de Igor Coelho. À frente do Grupo Flow, ele construiu um dos hubs de mídia mais conhecidos do país, com origem em um projeto de podcast que rapidamente ganhou escala e repercussão nacional. A trajetória, no entanto, não foi linear: crises, mudanças de rota e decisões difíceis fizeram parte do caminho.Filho de uma família de origem simples, Igor começou a vida profissional como professor de inglês. Ainda jovem, explorou diferentes áreas da internet e do entretenimento, passando pelo universo dos games. Essa experiência prévia ajudou a moldar a visão que mais tarde daria origem ao Flow Podcast, inspirado no formato popularizado por Joe Rogan, nos Estados Unidos.Hoje, como CEO do Grupo Flow, Igor lidera um negócio que transcendeu o podcast e se tornou referência na produção de conteúdo digital no Brasil. No episódio mais recente do podcast Do Zero ao Topo, apresentado por Mariana Amaro, ele contou em detalhes como foi essa construção, os altos e baixos da jornada e os desafios de conduzir a empresa diante de grandes crises.Leia também: Criador da DiaTV, Rafael Dias revela os bastidores e incertezas antes do lançamentoDa aula ao FlowIgor sempre manteve uma relação próxima com o universo digital. Antes mesmo de pensar em podcast, ele já se conectava com comunidades online e enxergava nesse ambiente um espaço fértil para novas ideias. No começo da carreira, porém, atuava como professor de inglês, experiência que trouxe disciplina e senso de responsabilidade, mas que não limitou sua inquietude.Com o tempo, transitou pelo setor de games e experimentou diferentes iniciativas no ambiente online. A versatilidade e a curiosidade o levaram a explorar formatos que iam além do convencional, criando projetos que misturavam entretenimento, interação e autenticidade. Foi desse contexto que nasceu a ideia do Flow, um programa de entrevistas descontraído, de longa duração, em que os convidados podem falar livremente.Segundo Igor, a proposta inicial surgiu em meio a conversas com amigos e à observação de tendências internacionais. O formato de Joe Rogan, nos Estados Unidos, serviu como inspiração direta. A ideia era reproduzir no Brasil um espaço semelhante, mas com identidade própria, adaptado à realidade local. Esse início mostrou que havia espaço para um programa de entrevistas diferente do que se via na mídia tradicional. O Flow conquistou público rapidamente, em parte pela autenticidade e pela liberdade de expressão que oferecia. O modelo se tornou um marco e abriu caminho para o crescimento acelerado do grupo. Igor Coelho é CEO e cofundador do Grupo Flow (Foto: InfoMoney)A crise com o ex-sócio e os desafios de gestãoO crescimento do Flow trouxe visibilidade, mas também grandes desafios. O ponto mais delicado da trajetória foi a crise envolvendo o sócio Bruno Aiub, conhecido como Monark. Em fevereiro de 2022, durante uma edição do programa sobre liberdade de expressão, o apresentador afirmou que achava que deveria ser possível a criação de um partido nazista.O comentário, que gerou repercussão nacional, colocou em xeque a continuidade do projeto. Igor relembra que, quando a polêmica estourou, a percepção era de que a credibilidade de toda a empresa estava em risco. “Foi uma crise financeira que veio de uma crise ainda maior: de reputação”, afirma Igor Coelho, durante a entrevista. Com o episódio, a empresa perdeu, de uma hora para a outra, 97% do seu faturamento.Ele reconhece que o episódio foi um divisor de águas. De um lado, havia a necessidade de preservar a marca; de outro, a preocupação com o impacto emocional e pessoal da crise. Igor chegou a afirmar que, ao “baterem” no Monark, estavam também batendo nele e em toda a estrutura. A situação exigiu tomadas de decisão rápidas e estratégicas.Em meio à turbulência, foi preciso reestruturar processos e rever a forma de gerir o negócio. Igor comprou a parte de Monark na sociedade e entendeu que o Flow não poderia mais se sustentar apenas na informalidade que havia marcado o início. A profissionalização se tornou inevitável: equipes foram reorganizadas, padrões de qualidade foram definidos e novos horizontes estratégicos começaram a ser traçados.Essa virada mostrou a resiliência necessária para manter a empresa de pé em meio às maiores dificuldades. O episódio também evidenciou a importância de construir uma estrutura capaz de resistir a crises, reduzindo a dependência de indivíduos e fortalecendo a marca como instituição.Para saber mais detalhes da história da empresa e conhecer sua estratégia para o futuro, veja o episódio completo no Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube e em sua versão de podcast nas principais plataformas de streaming como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Castbox e Amazon Music.Sobre o Do Zero ao TopoO podcast Do Zero ao Topo é uma produção do InfoMoney e traz, a cada semana, a história de mulheres e homens de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.O programa já recebeu nomes como José Roberto Nogueira, fundador da Brisanet; Fernando Simões, do Grupo Simpar;  Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; Antonio Carlos Nasraui, CEO do Rei do Mate; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi;  José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.The post Grupo Flow: do auge à queda – e à reconstrução; ‘nosso faturamento caiu em 97%’ appeared first on InfoMoney.