Revelado por famosos, vício em pornografia é prejudicial? Saiba mais

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O debate sobre compulsão sexual e vício em pornografia não é novidade entre celebridades. Em relatos nas redes sociais, Erasmo Viana e Gustavo Tubarão falaram sobre o problema. Além deles, o ex-nadador Fernando Scherer, conhecido como Xuxa, relatou em entrevista ao programa Sem Censura como a pornografia impactou sua vida.Casos semelhantes foram compartilhados por Carmo Dalla Vecchia, que buscou terapia sexual, e por artistas internacionais como o ator Terry Crews (de Todo Mundo Odeia o Chris), o cantor Kanye West, a modelo e atriz Cara Delevingne, o comediante Chris Rock e até a cantora Britney Spears, que admitiu ter chegado a um ponto crítico de obsessão sexual.8 imagensFechar modal.1 de 8Erasmo Viana foi às lágrimas ao falar de vícios no InstagramInstagram/Reprodução2 de 8Erasmo Viana grava vídeo para o InstagramInstagram/Reprodução3 de 8Erasmo Viana chora ao falar de vício em pornografia, maconha e remédioInstagram/Reprodução4 de 8Viciado em pornografia, Gustavo Tubarão desabafa sobre recaída5 de 8Bez explica que na verdade o vício precisa ser entendido como uma compulsãoReprodução/ @ogustavotubarao6 de 8Gustavo TubarãoReprodução7 de 8Fernando Scherer durante entrevista ao Domingo EspetacularReprodução/Record8 de 8Fernando Scherer durante entrevista ao Domingo EspetacularReprodução/RecordNesse cenário, movimentos como o “No Fap September” [setembro sem masturbação, em tradução livre], que incentivam a abstinência de masturbação e pornografia durante um mês, ganharam força na internet. Mas afinal, quais os impactos dessa prática para casais e indivíduos?Reflexão e conexãoPara a terapeuta tântrica Adriana Linhares, especialista em homens, a proposta de campanhas como essa pode abrir caminhos importantes de autoconhecimento. Leia também Fábia Oliveira Vídeo: Erasmo Viana chora ao falar de superação de vícios Fábia Oliveira Vídeo: viciado em pornografia, Gustavo Tubarão desabafa sobre recaída Fábia Oliveira Pablo Marçal expõe vício em pornografia: “Dos 5 aos 25 anos” Fábia Oliveira Marina Sena choca ao falar sobre vício em sexo anal: “Dava muito” “Movimentos como o ‘No Fap September’ trazem reflexões sobre hábitos automáticos ligados à sexualidade. No tantra, entendemos que a energia sexual pode ser direcionada para fortalecer a conexão consigo mesmo e com o parceiro. Quando o casal repensa o excesso de masturbação ou pornografia, abre espaço para mais intimidade, presença e consciência no ato sexual”, afirmou.Perspectiva psicológicaEspecialista em saúde mental, o médico Iago Fernandes lembra que esse fenômeno emerge em um contexto de hiperconectividade e consumo massivo de pornografia.“Do ponto de vista psicológico e sociológico, movimentos como esse funcionam como convites à reflexão sobre compulsões e relações de poder na vida íntima. Para alguns casais, pode ser uma oportunidade de ‘reset’ na vida sexual”, explicou.Ele ressaltou, ainda, que a masturbação é saudável quando integrada ao cotidiano de forma equilibrada: “Ela melhora a circulação, reduz o estresse e ajuda no sono. O problema surge quando vira compulsão, substitui vínculos afetivos ou está associada a uso problemático da pornografia”, completou.Terapia cognitivo-comportamentalJá a psicóloga Mariane Pires Marchetti, especialista em TCC e transtornos de ansiedade, destacou que a abstinência em si não é um objetivo terapêutico.“O ‘No Fap’ pode gerar reflexões sobre consumo de pornografia e masturbação, mas não é uma regra universal. Para alguns casais, pode fortalecer a parceria. Para outros, pode gerar ansiedade. O mais importante é avaliar se a prática faz sentido para a realidade de cada pessoa ou relacionamento”, analisou.Masturbação: aliada ou problema?Para os três especialistas, a masturbação é parte fundamental da saúde sexual, desde que feita sem culpa e em equilíbrio: “É um recurso de autoconhecimento, regulação emocional e fortalecimento da autoestima”, observou Adriana Linhares.O problema, segundo Mariane, começa quando ela se torna a única forma de lidar com emoções difíceis, como ansiedade ou estresse: “Nesse ponto, deixa de ser saudável e passa a ser um comportamento disfuncional que merece atenção clínica”, esclareceu.E a pornografia?Outro ponto de convergência é a crítica ao consumo excessivo de pornografia: “Ela cria expectativas irreais sobre corpos e prazer, distanciando os casais da intimidade real”, pontuou a psicóloga.Iago Fernandes acrescentou também que o uso exagerado pode levar à dessensibilização sexual e até disfunções como anorgasmia ou perda de interesse pelo parceiro.Mariane Pires Marchetti complementou: “O problema não é a pornografia em si, mas a forma e a frequência com que é utilizada. Quando vira substituto da vida real, prejudica a autoestima e o vínculo afetivo”, disse.O limite saudávelNão há um número fixo para definir o “quanto é demais”. Os especialistas são unânimes: o critério é funcional.“Se a prática não atrapalha a vida social, profissional ou afetiva, e não causa sofrimento, ela é saudável”, resume Iago Fernandes.