Pedidos de recuperação judicial no agronegócio disparam 32% no 2º tri, diz Serasa

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O número de pedidos de recuperação judicial no setor do agronegócio disparou 31,7% no segundo trimestre, ante igual período de 2024, alcançando 565 solicitações, segundo monitoramento da Serasa Experian divulgado nesta segunda-feira. Os dados sugerem que os desequilíbrios financeiros causados pelas margens apertadas dos produtores rurais, que vêm desde a quebra da produção na safra 2023/2024, como mostrou O GLOBO neste domingo, seguem deixando um rastro de estragos.O monitoramento considera pedidos de recuperação judicial tanto de produtores pessoas físicas quanto de empresas agrícolas.Leia tambémSemana começa com expectativa de reunião entre Lula e Trump; o que pode acontecer?Para auxiliares do presidente brasileiro, o ideal seria se o primeiro contato ocorresse por telefone ou videoconferênciaAgro segue atrativo e FIDCs ganham força, diz Rafael Brito, da Riza AssetCom quase R$ 18 bilhões sob gestão, a casa foi reconhecida na Premiação Outliers InfoMoney, ficando em segundo lugar na categoria de melhor Fiagro, com o fundo RZAG11Segundo a consultoria de dados, o segundo trimestre foi a primeira vez, desde o quarto trimestre de 2023, que foram registrados mais pedidos de recuperação de empresas agrícolas do que de produtores pessoas físicas.Foram 243 pedidos de empresas agrícolas, o dobro do segundo trimestre de 2024. Já as pessoas físicas representaram um total de 220 solicitações de proteção legal contra credores, alta de 2,8% ante um ano antes.A nota divulgada pela Serasa Experian chamou a atenção para essa composição porque, normalmente, os produtores que constituem firmas “possuem maior porte” e são “mais organizados em sua maioria”.Também houve aumento dos pedidos de recuperação entre as empresas da cadeia de fornecimento, como revendedores de insumos. Foram 102 solicitações de firmas desse grupo no segundo trimestre, 8,5% mais do que em igual período de 2024.Juros e insumos mais carosEm entrevista no último sábado ao podcast 3Irmãos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a pasta analisa a quantidade de pedidos de recuperação judicial no país. Na avaliação do ministro, pode estar havendo “abuso” do mecanismo de proteção contra credores por parte de alguns setores.Na entrevista, Haddad não fez referência direta a qualquer setor, mas dados apontam que no primeiro semestre, a inadimplência do agronegócio aumentou, atingindo o desempenho de bancos públicos. Como mostrou O GLOBO, atrasos superiores a 90 dias afetaram o resultado do Banco do Brasil (BB), tradicional agente financeiro do setor; da Caixa Econômica Federal, que passou a apostar no crédito aos produtores rurais no governo de Jair Bolsonaro; do Banco do Nordeste (BNB) e do Banco da Amazônia (Basa).O agronegócio impulsionou o crescimento econômico neste ano, com mais uma supersafra, mas as margens de retorno mais apertadas têm deixado um gosto amargo para os produtores rurais nestes primeiros dias do plantio da soja, que começou em meados do mês e inaugura a temporada agrícola de 2026.Com previsões meteorológicas favoráveis, a primeira estimativa da Conab, estatal do Ministério da Agricultura, aponta alta de 1% na produção de grãos na safra 2025/2026, com novo recorde. Por outro lado, o quadro de cotações em queda e insumos e juros em alta (mesmo com os subsídios do governo), que comprime as margens desde a safra 2023/2024 e levou a desequilíbrios financeiros no setor nos últimos anos, pode se agravar agora.“Estamos preocupados se vamos conseguir pagar as contas e se vai sobrar alguma coisa, se vamos ter rentabilidade”, diz Marion Kompier, sócia do Grupo Kompier, que comanda a Fazenda Brasilanda, com 6,6 mil hectares de soja nos municípios de Montividiu e Aporé, no sudoeste de Goiás.The post Pedidos de recuperação judicial no agronegócio disparam 32% no 2º tri, diz Serasa appeared first on InfoMoney.