Por Folha de São Paulo 30/09/2025 19h30 — emVariedadesBRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - As operações federais realizadas desde 2023 na proteção de terras indígenas e seus povos resultaram em um prejuízo de R$ 740,6 milhões aos criminosos ambientais, a partir da destruição e apreensão de milhares de equipamentos e recursos usados nas ações ilegais.O dado foi compilado pela Casa Civil da Presidência da República e o Ministério dos Povos Indígenas, no momento que o STF (Supremo Tribunal Federal) encerra uma ADPF (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) que tratava justamente da cobrança de medidas de apoio aos indígenas e combate aos ilícitos em suas terras.Segundo os dados do governo, as operações articuladas em nove territórios indígenas resultaram na retirada de milhares de invasores, resultando na proteção de mais de 58 mil indígenas e garantindo o usufruto de seus territórios, áreas que somam 18,7 milhões de hectares.As operações realizadas na terra indígena Yanomami, em Roraima e Amazonas, representam a maior parte do resultado, onde o garimpo ilegal foi reduzido em 98%, de acordo com o governo federal, com 668 acampamentos inutilizados e destruição de 33 aeronaves e 212 embarcações. Foram apreendidas 124 armas e eliminados 129 mil litros de combustíveis, com prejuízo de quase R$ 500 milhões aos criminosos."Podemos dizer que temos uma situação mais controlada na terra Yanomami. Eram 4.570 hectares de garimpo ativo em março de 2024. No mês passado, esse número chegou a 136 hectares. Esperamos, com as próximas ações, reduza esse volume ainda mais", diz Nilton Tubino, diretor da Casa do Governo Federal em Roraima, ligada à Casa Civil, e coordenador das atividades relacionadas às ações de desintrusão incluídas na ADPF.Além da repressão direta, houve aumento no número de profissionais de saúde, instalação de novos polos de atendimento, centros de referência em saúde indígena, distribuição de mais de 140 mil cestas de alimentos e retomada do cultivo de culturas tradicionais.Nas terras indígenas Munduruku e Sai-Cinza, no Pará, o enfrentamento ao garimpo ilegal levou a um prejuízo de R$ 112 milhões às atividades criminosas. Na terra Kayapó, também no Pará, foram destruídos 1.384 pontos de garimpo.Na terra Karipuna, em Rondônia, as ações miraram o desmatamento e a grilagem de terras, com apreensão de madeira e destruição de edificações ilegais. Já na terra indígena Arariboia, no Maranhão, o foco se concentrou em invasões ligadas à exploração pecuária e madeireira. No território Uru-Eu-Wau-Wau, também em Rondônia, operações em andamento somam R$ 5,1 milhões de prejuízos contra os atos ilícitos."O Estado voltou a ter uma presença no combate a esses ilícitos. Com a Receita Federal, temos avançado no controle sobre o DNA do ouro. É uma agenda executada a várias mãos. Não é só combate", afirma Tubino.Na sexta-feira (26), o ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator da ADPF, comentou o encerramento da ação na Suprema Corte, após a crise humanitária vivida pela população yanomami virar notícia mundial."O resultado das medidas adotadas pela União para efetivar a desintrusão é significativo. Na terra indígena Yanomami, vitimada por grave crise humanitária, houve redução de 98% dos garimpos ativos", disse o ministro.Mais de 20 órgãos federais participaram das operações, reunindo Ministério dos Povos Indígenas, Funai, Polícia Federal, Ibama, ICMBio, Força Nacional e Ministério da Defesa, entre outros.Segundo o governo, a continuidade das ações está assegurada por meio do Programa de Consolidação da Posse Indígena e dos Planos de Gestão Territorial e Ambiental, coordenados pelo Comitê Interministerial de Desintrusão, criado em 2023, que garante a presença permanente do Estado nas áreas.A ADPF 709 foi apresentada em 2020 pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), com apoio de partidos políticos (como PSB, PSOL, Rede e PT), durante a pandemia da Covid-19. O objetivo era obrigar o Estado brasileiro a adotar medidas emergenciais de proteção aos povos indígenas, que estavam expostos tanto ao coronavírus quanto ao avanço de invasores em seus territórios.O STF, ao julgar a ação, determinou, na época, que a União deveria retirar invasores, criar barreiras sanitárias e garantir assistência de saúde e alimentação às comunidades. O encerramento da ação significa que o STF reconheceu que as medidas ordenadas foram cumpridas e que planos de manutenção estão em curso, para evitar novas invasões.Quando a ADPF 709 foi julgada pelo STF, em 2020, a ação se concentrava em oito terras indígenas consideradas em situação crítica de invasões e riscos à vida dos povos originários: Yanomami (RR/AM), Karipuna (RO), Uru-Eu-Wau-Wau (RO), Kayapó (PA), Munduruku (PA), Trincheira-Bacajá (PA), Apyterewa (PA) e Arariboia (MA).Esses territórios eram apontados como os mais pressionados por garimpo ilegal, grilagem, exploração madeireira e outras formas de invasão.Ao longo da execução das medidas determinadas pelo STF, o governo ampliou o escopo das operações.Bastidores da PolíticaBR 319, o mal não é asfaltar, mas insistir em ignorar o isolamento da região"; // imagens[1] = // ""; // imagens[4] = // ' source src = "/sites/all/themes/v5/banners/videos/vt-garcia-07-2023.mp4" type = "video/mp4" >'; // imagens[2] = // ""; // imagens[4] = // ""; // imagens[3] = // ""; // imagens[4] = // ""; index = Math.floor(Math.random() * imagens.length); document.write(imagens[index]);]]>