Delta mudou abordagem sobre uso de IA para venda de passagens aéreas (foto: reprodução) Resumo Delta garante que não usará IA para definir preços com base em dados pessoais.Pressão de senadores dos EUA motivou recuo da companhia aérea.IA será usada apenas para ajustar preços conforme fatores de mercado.Depois de anunciar que usaria inteligência artificial para criar um preço de passagem aérea único para cada cliente, a Delta Air Lines voltou atrás na decisão. Agora, pressionada por parlamentares dos Estados Unidos, a companhia aérea enviou uma carta garantindo que não usará dados pessoais para definir tarifas de forma individualizada. O documento foi emitido na última semana.A mudança acontece após uma forte repercussão negativa da fala de um dos principais executivos da empresa, que gerou temores sobre o uso da tecnologia para maximizar lucros. Mesmo assim, alguns políticos veem a nova promessa com ceticismo.Pressão política força novo posicionamentoA reviravolta da Delta foi motivada pela ação de três senadores democratas dos EUA, que questionaram publicamente a empresa. A preocupação era de que usariam a IA para aumentar as tarifas até o valor máximo que cada consumidor estaria disposto a pagar. A crítica dos parlamentares gerou uma forte reação pública e colocou a empresa na defensiva. Em resposta, a Delta enviou uma carta aos políticos, na qual foi categórica:“Não há nenhum produto de tarifa que a Delta já tenha usado, esteja testando ou planeje usar que vise clientes com preços individualizados com base em dados pessoais.”Delta, em documento obtido pela agência ReutersPresidente sugeriu, em julho, que usariam IA para personalização de valores (imagem: Chris Rank/Rank Studios)Mas não era isso o que Glen Hauenstein, presidente da companhia, deu a entender. A fala do executivo a investidores não deixava margem para dúvidas sobre a intenção de usar a tecnologia para criar ofertas únicas para cada cliente em tempo real.“Nós teremos um preço que está disponível naquele voo, naquela hora, para você, individualmente. Não é uma máquina que aceita ou rejeita preços com base em uma tabela fixa.”Glen Hauenstein – presidente da Delta“A Delta está dizendo uma coisa a seus investidores e, depois, se vira e diz outra ao público”, declarou o senador Ruben Gallego, sinalizando que a explicação não foi suficiente para encerrar o assunto.O que a Delta fará, então?Segundo a Delta, a IA da empresa, chamada Fetcherr, será usada apenas para otimizar a “precificação dinâmica” que já existe há décadas. Ou seja, a tecnologia, na verdade, analisaria em tempo real fatores de mercado, como a demanda geral por um voo, preços de combustível e a concorrência.Entretanto, contrariando o posicionamento anterior, a companhia não cruzará essas informações com os dados de um consumidor específico. A polêmica, contudo, já se espalhou pelo setor. O CEO da American Airlines, Robert Isom, criticou a ideia, afirmando que usar IA dessa forma poderia “ferir a confiança do consumidor”.A situação levou a um projeto de lei para proibir que empresas usem dados pessoais de americanos para definir preços ou salários por meio de inteligência artificial.Com informações de NBC NewsDelta volta atrás e promete que não usará IA para cobrar mais caro