O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 5, que a oposição quer propor um "pacote da paz" incluindo a "anistia ampla, geral e irrestrita" de condenados pelo 8 de janeiro; o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal; e a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que acaba com o foro privilegiado. O senador repetiu que "a solução dos problemas do Brasil está no Congresso Nacional".A declaração ocorreu durante entrevista coletiva convocada pela oposição para anunciar medidas após a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Abordando um dos fatos citados na decisão que determinou a prisão do ex-chefe do Executivo, Flávio argumentou que fez uma postagem com o ex-presidente "simplesmente agradecendo pessoas que estavam em Copacabana para se solidarizar à perseguição".O senador diz que gravou o vídeo "achando que não traria problema". O uso da imagem de Bolsonaro, por apoiadores, foi um dos pontos citados no despacho em que Moraes apontou o descumprimento de medidas cautelares por parte do ex-chefe do Executivo."Tenho minhas redes, postei por minha convicção, por achar que não tem nada que confronte essa medida cautelar", indicou. Flávio Bolsonaro sustentou ainda que Moraes tomou a decisão de prender Bolsonaro "sem ouvir outros ministros ou o Ministério Público Federal". Ele classificou a medida como uma "pseudomotivação para antecipar cumprimento de sentença".O senador ainda mencionou o irmão, Carlos Bolsonaro. Segundo Flávio, o vereador se sentiu mal na segunda-feira, 4, após a prisão domiciliar do pai, "mas já está bem".Flávio Bolsonaro afirmou que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro "não pediu" para ele postar um dos vídeos que foram citados na decisão em que foi decretada a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo. "Não tinha intenção de burlar cautelar", disse o parlamentar sobre seu pai. "Quem fez fui eu", completou o parlamentar, sustentando ainda que não havia como "obrigar" Bolsonaro a ter controle das redes de terceiros. Após coletiva convocada pela oposição em razão da prisão domiciliar de Bolsonaro, o "filho 01" do ex-presidente afirmou que apagou o vídeo em que o pai se referia a manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio, neste domingo, 3, a pedido de advogados.Sanções dos EUAFlávio Bolsonaro (PL-RJ) disse ainda que não dá para saber se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aplicará novas sanções ao Brasil ou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, como represália à decretação da prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)."Criou-se uma narrativa de que Trump é um bobinho manipulado por Eduardo Bolsonaro. Não é assim. Eduardo Bolsonaro é uma das pessoas que levam informações à Casa Branca. Trump ouve outras pessoas e toma as medidas da cabeça dele. É imprevisível", disse a jornalistas.Os Estados Unidos anunciaram tarifas de 50% a uma série de produtos brasileiros. Na semana passada, porém, o país divulgou uma lista de exceções. Os Estados Unidos também aplicaram sanções econômicas a Moraes por meio da Lei Magnitsky.Segundo o senador, os representantes de seu pai ligaram e questionaram se não seria o caso de apagar o vídeo. "Disseram que estavam na dúvida", sustentou. O parlamentar ainda indicou que os advogados de Bolsonaro vão pedir a Moraes para que médicos visitem o ex-presidente.