A combinação entre o aumento do consumo de energia elétrica, a expansão de fontes renováveis e a necessidade de modernização das redes de transmissão tem sustentado alta demanda por transformadores em diversos mercados. A expectativa é que esse movimento se estenda até pelo menos 2030, com prazos de entrega prolongados, capacidade limitada de produção e preços em alta. Esse cenário favorece empresas com presença global e planos de expansão, como a brasileira WEG (WEGE3), na visão do JPMorgan.Segundo o banco americano, a companhia deve se beneficiar da sua exposição ao mercado norte-americano, onde a produção local não tem conseguido suprir a demanda. A empresa também planeja dobrar sua capacidade de fabricação de transformadores até o fim de 2026, o que pode ampliar seu acesso a contratos em um dos setores mais pressionados por gargalos logísticos e industriais.As informações foram reunidas em um webinar promovido pelo JPMorgan com executivos da Hitachi Energy Brasil. Segundo Glauco Freitas, presidente da empresa no país, e Alexandre Kondo, diretor financeiro, o setor enfrenta gargalos importantes na produção de componentes como buchas e comutadores, o que limita a capacidade de resposta rápida da indústria. Eles também estimam que a construção de uma nova fábrica pode levar de quatro a cinco anos.Leia tambémIbovespa Ao Vivo: Bolsa avança com bancos, VALE3 e PETR4Bolsas dos EUA oscilam em meio a dados econômicos mais fracos e ameaças de tarifasIbovespa e dólar: o que explica aparente tranquilidade ante tarifaço e temor políticoMercado segue em compasso de espera, mas ainda teme uma reação da Casa Branca à prisão domiciliar de BolsonaroA Hitachi Energy, que assumiu integralmente a planta de transformadores em Guarulhos após a aquisição da operação da ABB no fim de 2022, diz que pretende investir US$ 200 milhões para expandir sua presença no Brasil até 2028. Os aportes incluem a ampliação da fábrica atual e a instalação de uma nova unidade em terreno ainda inexplorado. No plano global, a companhia projeta investimentos de US$ 1,5 bilhão até 2027.A rentabilidade das exportações também foi apontada como um fator relevante para a estratégia de expansão. Segundo os executivos, as margens obtidas nas vendas externas superam as do mercado doméstico. Isso tem estimulado fabricantes a concentrar parte da produção no Brasil com foco no envio a mercados como o norte-americano, mesmo com o acréscimo de tarifas sobre determinados tipos de equipamento.Analistas consultados pelo JPMorgan nos Estados Unidos também indicam uma aceleração nos preços de equipamentos de alta tensão desde junho, com aumento de até 10% em relação ao ano anterior. A instalação acelerada de usinas renováveis e centros de dados tem sustentado a procura neste ano e deve manter o ritmo até pelo menos 2027. Depois disso, a instalação de térmicas a gás e nucleares e os investimentos em transmissão devem assumir protagonismo.A substituição de equipamentos antigos representa menos de 30% da demanda atual, segundo dados do banco. A maior parte dos pedidos se concentra em novas conexões. Técnicos do setor esperam que a renovação da infraestrutura elétrica ganhe mais espaço nos próximos anos, dependendo da superação de entraves relacionados ao licenciamento de obras de transmissão entre regiões.The post JPMorgan: procura aquecida por transformadores até 2030 reforça otimismo para a WEG appeared first on InfoMoney.