KC-390: O avião que a Embraer quer usar para driblar tarifas dos EUA

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A Embraer anunciou que planeja investir até US$ 500 milhões para fabricar o avião KC-390 nos Estados Unidos. Isso caso o país compre o cargueiro militar. E zere a taxa de exportação sobre aviões.O cargueiro tem servido de barganha para a empresa brasileira negociar com o governo dos EUA e driblar tarifas. Se o acordo for fechado, apenas as unidades do KC-390 compradas pelos EUA serão produzidas no país.Por dentro do avião cargueiro KC-390, que a Embraer pode começar a produzir nos EUAO KC-390 é um avião de defesa multimissão. Entre os exemplos de situação nas quais ele pode ser usado, estão:Busca e salvamento;Evacuação médica;Ajuda humanitária;Operações especiais;Lançamento de cargas em voo;Lançamento de paraquedistas;Reabastecimento em voo;Combate aéreo a incêndios.O avião KC-390 tem 35,2 metros de comprimento, 11,84 metros de altura e 35,05 metros de envergadura (Imagem: Wikifantexter/Wikimedia Commons)A aeronave tem 35,2 metros de comprimento, 11,84 metros de altura e 35,05 metros de envergadura. Ela aguenta carregar até 26 toneladas e chegar a 36 mil pés de altura (aproximadamente 11 quilômetros). Com motor IAE V2500-E5, a velocidade máxima do KC-390 é 870 km/h.O cargueiro tem um sistema com um tubo que projeta água pela porta traseira esquerda. Ele é capaz de descarregar até três mil galões de água (cerca de 12 mil litros) em áreas de incêndio.A parte de dentro da aeronave não tem acabamento. Isto é, tudo fica exposto. Por que? Acabamento deixaria o avião mais pesado. Além disso, a ausência dele facilita manutenções.O avião cargueiro militar da Embraer não tem poltronas e carrega até 64 paraquedistas (Imagem: Ministério da Defesa)Outra curiosidade sobre a parte interna do KC-390: não tem poltronas. Mas tem uma disposição lateral para tropas das Forças Aéreas. O cargueiro pode levar até 80 soldados. No caso de paraquedistas, o total cai para 64.O avião cargueiro é um projeto da Força Aérea Brasileira (FAB). Em 2009, a FAB contratou a Embraer para desenvolver a aeronave. O processo demorou dez anos. A empresa entregou a primeira unidade do cargueiro em 2019.Tarifas dos EUAAviões civis são isentos do adicional de 40% que eleva para 50% a tarifa sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos (mais sobre isso no final desta matéria). Apesar disso, o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, diz que taxas americanas (de 10% desde abril) continuam a ser “uma grande preocupação”.Por isso, a empresa brasileira negocia um caminho para driblá-las. “Estamos em conversas avançadas com um parceiro relevante nos Estados Unidos para esse projeto”, disse Neto, segundo o G1.“Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à política de tarifa zero para a indústria aeroespacial global”, acrescentou. A ver se o presidente dos EUA, Donald Trump, vai comprar a ideia.Tarifaço: o que escapou e o que não escapou das taxas de Trump ao BrasilJá estão valendo as tarifas de importação de 50% impostas pelo governo de Donald Trump a uma lista de produtos brasileiros. O decreto, assinado no último dia 30, passou a valer nesta quarta-feira (06).Vale lembrar: estamos falando de uma tarifa adicional de 40%, elevando o total para 50%. Produtos brasileiros já tinham sido taxados em 10% inicialmente, no mês de abril.Já estão valendo as tarifas de importação de 50% impostas pelo governo de Donald Trump a uma lista de produtos brasileiros (Imagem: bella1105/Shutterstock)A Casa Branca argumenta que a medida é uma resposta a ações do governo brasileiro, representando uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”.Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.O post KC-390: O avião que a Embraer quer usar para driblar tarifas dos EUA apareceu primeiro em Olhar Digital.