Deputados da base governista afirmaram, nesta terça-feira (05), que irão representar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra os parlamentares que, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocuparam a mesa diretora da Casa e obstruíram os trabalhos do plenário.O protesto começou no início da tarde, quando deputados da oposição, ligados ao ex-presidente, passaram a ocupar a mesa da Câmara com esparadrapos na boca, em ato simbólico. O grupo também interditou votações e discursos, exigindo a anistia dos presos do 8 de Janeiro, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e liberdade para Bolsonaro.A ação também foi replicada no Senado, com ocupação semelhante na mesa diretora da Casa Alta. Os manifestantes pressionam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a pautarem as demandas da oposição. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Governo reage e fala em “continuação do golpe”O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), foi um dos primeiros a se manifestar contra a ação dos oposicionistas. Segundo ele, o protesto representa “chantagem contra o país”. “É a continuação do golpe. É uma chantagem contra o país. Querem parar os trabalhos legislativos. O Brasil tem pressa”, declarou Farias, que garantiu que o PT vai formalizar uma representação contra os manifestantes no Conselho de Ética da Casa. O PSOL também se manifestou em apoio à ação contra os parlamentares da oposição.Contexto: prisão domiciliar e tensões crescentesO estopim para o protesto foi a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira (04). Segundo o magistrado, o ex-presidente teria violado sistematicamente as medidas judiciais anteriormente impostas, agindo de forma “deliberada e consciente” para obstruir investigações e coagir autoridades.Entre as novas medidas determinadas estão:Proibição total de visitas, salvo advogados e familiares próximos;Proibição de celulares, gravações e comunicação com embaixadores ou investigados;Ameaça de prisão preventiva imediata em caso de novas violações.A investigação, no âmbito da PET 14129, apura supostos crimes como:Coação no curso do processo;Obstrução de investigações sobre organização criminosa;Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Leia também Lira critica prisão domiciliar de Bolsonaro: 'Brasil precisa tratar melhor seus ex-presidentes' Em obstrução, deputado Capitão Alden diz que a pressão popular será determinante