Genie 3 transforma imagens e textos em jogos 2D (imagem: Bruno Andrade/Tecnoblog) Resumo O Genie 3 do Google DeepMind converte imagens e textos em jogos 2D, criando mundos virtuais interativos em tempo real.Com fidelidade gráfica de 720p a 24 FPS, o modelo permite programar eventos, mas pode sofrer com “alucinações”.Voltada à pesquisa em IA para treinar agentes em ambientes virtuais, a tecnologia ainda não tem previsão de lançamento ao público.O Google DeepMind revelou nesta terça-feira (05/08) o Genie 3, uma inteligência artificial voltada para o universo dos games. Na prática, é uma ferramenta que transforma uma simples imagem ou uma descrição de texto em um jogo 2D interativo.Voltado especialmente para desenvolvedores, o Genie 3 facilita a criação de mundos virtuais em tempo real, mesmo sem conhecimento técnico avançado. Ainda assim, o Google DeepMind trata a ferramenta como um recurso de pesquisa, por considerar os jogos úteis para testar os limites da IA. Por enquanto, o modelo não está disponível ao público.O que o Genie 3 pode fazer?O Genie 3 é uma evolução do modelo apresentado há sete meses pelo DeepMind. Em relação ao Genie 2, a nova versão oferece fidelidade gráfica superior, interação contínua e melhorias na memória visual.Antes, elementos fora de cena eram esquecidos após 10 segundos. Agora, o modelo mantém a consistência por vários minutos — embora o tempo exato não tenha sido divulgado.Utilizando comandos de teclado, o usuário pode navegar pelo ambiente simulado, que é renderizado a uma resolução de 720p, em uma taxa de 24 FPS. A empresa destaca a capacidade de realizar “eventos programáveis”, permitindo alterar o ambiente em tempo real, adicionando ou modificando objetos, mudando as condições climáticas ou inserindo novos personagens na simulação.Genie 3 permite alterar cenários em tempo real (imagem: divulgação/Google DeepMind)A tecnologia também pode treinar agentes de IA em ambientes virtuais, superando a barreira da escassez de dados de treinamento do mundo real, um obstáculo à medida que os modelos de linguagem se tornam mais complexos.Segundo o DeepMind, a aplicação principal do Genie 3 está na pesquisa em inteligência artificial, ao criar ambientes sintéticos para treinar “agentes incorporados”. Artistas e designers de arte poderiam testar a escala, movimentação do personagem e a atmosfera do jogo antes de ser finalizado. Contudo, como reporta a Ars Technica, profissionais da indústria dos games veem com ceticismo o uso da IA.Ao gerar mundos virtuais quadro a quadro, a ferramenta oferece um campo de testes para refinar o comportamento e as capacidades de resposta desses agentes a situações diversas, um passo considerado fundamental por pesquisadores na busca pela inteligência artificial geral (IAG).E as limitações?Modelo mantém a consistência visual dos cenários por vários minutos (imagem: divulgação/Google DeepMind)Apesar dos avanços, o Genie 3 ainda apresenta limitações técnicas. A saída em 720p a 24 FPS é considerada baixa para os padrões atuais de vídeo e jogos. A nova memória visual é vista como um progresso, mas a equipe do DeepMind reconhece que simulações robustas exigiriam estabilidade por horas, e não apenas minutos.O modelo também está sujeito a falhas típicas de IAs generativas, como “alucinações” e imprecisões visuais: o Genie 3 não consegue simular ambientes reais e pode gerar movimentos incorretos, como personagens que andam de forma invertida. Textos exibidos no cenário tendem a ser confusos, a menos que sejam pré-configurados nos comandos.Na parte de interação, agentes de IA conseguem apenas se movimentar nos mundos criados pelo Genie 3 e ainda não possuem o raciocínio necessário para alterar a simulação por conta própria, por exemplo. O DeepMind informou que a interação entre múltiplos agentes ainda está em fase experimental.Por enquanto, o Genie 3 segue restrito ao uso interno e não está disponível para o público geral, mas há planos de ampliar o acesso no futuro.Com informações do Google DeepMind e Ars TechnicaGenie 3: Google DeepMind apresenta IA que transforma imagens em jogos